A dor perseguiu-te quando quiseste amar, mas a tua condição física e mental te tirou a capacidade de viver o amor.
Quando finalmente, e após uma longa batalha, recuperas, vais então tentar reencontrar o amor perdido. Mas ele já não está lá para ti. Mesmo assim queres vivê-lo! E ficas a vivê-lo sozinho, a sonhar, a imaginar, a recordar, a lutar.
Mas o amor não é para viver sozinho... É para viver com tudo para o bem e para o mal. Não é encenação nem perfeição, mas é realidade. É rir e é chorar. É viver as virtudes e os defeitos. É o diálogo e o silêncio. É o abraço e o chega-te para lá. É a saúde e a doença. É o consenso e a discórdia. É não querer que o outro seja nosso, mas sim querer que esteja ao nosso lado. Ao lado nos momentos bonitos e nos momentos feios. É desejar a felicidade do outro como se fosse a nossa própria felicidade. Que nos elogie e nos critique. Mas também há no amor a paixão, e o desejo, e querer o corpo ao mesmo tempo da alma, e dizer "amo-te" com a maior certeza do mundo, e sem hesitações. Perdê-lo é o mais próximo que estaremos de morrer em vida. Somos "amputados" do que nos dava força para viver, e termos de sobreviver com o que nos resta. E esperas que passe o tempo, e que como o vento, espalhe as cinzas do que restou.
Soully Heartty 2022
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